Trabalho em equipe

Trabalho em Equipe e Nível de Dependência

Trabalho em equipe e o nível de dependência  é o quinto da série de artigos Liberando Potenciais, produzido por Fulvius Guelfi e dirigido por Gerson Sena, co-fundadores da CFG Soluções Corporativas. Como o título da série já indica, existem potenciais da nossa mente que estão latentes e que podem ser despertados. Liberar esses potenciais é o caminho para a conquista da autorrealização de pessoas mais felizes e equilibradas principalmente em ambientes profissionais.

O terceiro artigo “A Motivação no Trabalho” fala sobre dois elementos que impactam diretamente seu nível de resultados.

O quarto artigo “Tomada de DecisãoVocê sabe como o seu estilo pode influenciar na sua decisão e que consequências pode trazer para o seu trabalho?

O desafio de otimizar equipes é grande. Os comportamentos podem ser entendidos e otimizados como podem também se transformar no inimigo mortal e silencioso para o líder. O equilíbrio nos níveis de dependência nos relacionamentos podem ser a chave para o desenvolvimento de sua equipe de trabalho. Então, embarque comigo nesse conteúdo, vem!

Uma visão maior do trabalho em equipe

Se existe algo que as empresas realmente estão atentas é com o turnover porque o custo e o tempo para deixar um profissional preparado não são baixos.

As pessoas são contratadas em função de suas habilidades e em geral são demitidas em função de seus comportamentos, relacionamentos e desempenho em trabalhos em equipe.

O comportamento conta

Hoje, mais do que nunca, a habilidade de trabalhar em equipe é uma das mais importantes em qualquer profissional. O que define esta habilidade é a capacidade dos indivíduos de se relacionarem. Algumas pessoas parecem não possuir essa habilidade. Então não é uma questão de competência mas de um certo traquejo social. Isso parece ficar mais misterioso quando percebemos que essas mesmas pessoas conseguem funcionar em algumas equipes e em outras o seu desempenho cai. Muitos são os fatores que podem ser causa de desinteligências nos relacionamentos.

Isso é bem comum e imagino que a medida que lê, vai se lembrando de alguém que foi contratado por ter boas habilidades técnicas, revelando boas expectativas para a função. No entanto, quando começou a trabalhar, se percebeu que a pessoa não se ajustava ao perfil esperado. Talvez por ser muito insegura e, sobre tudo, não desenvolve sozinha, precisava ser orientada o tempo todo, etc… Ou talvez o contrário extremo. Ou seja, a pessoa era uma ilha, não compartilhava tarefas nem opiniões e não se comunicava de forma eficiente.

Inimigo mortal e silencioso

Como líder você tem o papel de encontrar e aproveitar o potencial das pessoas. E tudo o que você não quer é chegar a conclusão de que alguém da sua equipe não tem o perfil desejado. Eu quero dizer que, demitir é a última alternativa porque você sabe que, além do desperdício de tempo e de recursos, isso gera uma imagem de ineficiência do seu trabalho e compromete inclusive o desempenho do restante da equipe.

Alguns se comportam como se precisassem de uma babá. Ou seja, é preciso ficar colado o tempo todo se não a coisa não vai. Com outros é preciso ficar correndo atrás. É como se fornecer informações do seu trabalho não fizesse parte de suas atribuições.  

E aí está o ponto, em geral nesse momento você se sente impotente e até mesmo incompetente, porque por mais que você se esforce em buscar uma comunicação efetiva com todos, parece que existem pessoas que estão lutando contra isso.

Junto com essa mistura de sentimentos você deve, algumas vezes, se questionar se não tem culpa sobre isso. Isso é frustrante, muita energia desperdiçada e poucos resultados visíveis. Então, conviver com esses sentimentos é algo que você definitivamente não quer e deseja resolver.

É isso mesmo, um inimigo mortal e silencioso, que minam os relacionamentos até a deterioração completa que então vai gerar todas as consequências, para a empresa, para a sua equipe e principalmente para o líder. 

Liberando potenciais do trabalho em equipe

Muito provavelmente você não é este incompetente porque chegar onde você está é prova disso. Você pode não ter aprendido ainda a lidar com essa situação. Acima de tudo, somos seres sociáveis e relacionais e temos capacidade de aprender desde o início até o fim de nossas vidas.

Com base nisso, a série Liberando Potenciais é sobre a capacidade de liberar os potenciais que tornam as pessoas mais satisfeitas e equilibradas em seu ambiente de trabalho. Em todos os casos os relacionamentos não são fonte dos problemas e sim a comunicação estabelecida ali é que pode ser otimizada.

Existe um aprendiz em todas as pessoas. E você também pode treinar algumas habilidades que vão te tirar dessa situação, através de um processo simples. Imagina só se tudo isso se resolver a partir de recursos que você já possui, despertando e liberando o seu potencial?

Desmistificando o trabalho em equipe

Os passos que você verá a seguir seguramente não formam uma única resposta para desafios como: tornar o comportamento das pessoas congruentes, alinhar as necessidades da empresa para cada perfil e criar comprometimento entre os membros da equipe. No entanto, fazem parte da solução que você precisa.

Primeiramente, vamos estabelecer uma coisa antes de prosseguir: Estamos tratando aqui, especificamente, do nível de dependência que temos uns com os outros em nossos relacionamentos, aqui, claro, o profissional.

Então, vamos tentar algo diferente para ver se os resultados podem ser melhores?

  • Observe e ouça

É interessante observar que no papel de líder você desenvolveu mais uma preferência pela independência, porque se apoia em suas próprias conclusões na maior parte do tempo. Por outro lado, como membro de uma equipe, precisa olhar para as pessoas e coletar informações. E ainda, estar exposto a um certo nível de interdependência.

Uma pessoa com preferência pela independência tende a ver o dependente como inseguro, às vezes até chato. Enquanto que se você estiver observando uma pessoa com mais independência, a partir de um contexto que precisa de interdependência, então este será visto como ausente, até mesmo ao ponto de parecer arrogante.

Observe atentamente como seus colaboradores se comportam. Separe-os em grupos. O grupo dos que precisam de feedback e orientação chamaremos aqui de “externos” e o grupo dos que você aponta a direção e eles vão sozinhos, chamaremos de “internos”. Observe ainda, a utilização das palavras “Você”, pelos externos e “Eu”, pelos internos

  • Equipare a linguagem

Alguns de nós tem um nível maior de dependência nos relacionamentos do que outros. Porém, os dois extremos são disfuncionais, ainda que não se perceba. Contextualmente, temos uma certa preferência por um dos extremos, apesar de podermos ir de um extremo a outro com muita rapidez. 

Construa uma aproximação com seu colaborador equiparando o seu  discurso com o dele. Ou seja, “Crie pontes em lugar de muros”. Busque por aquilo que chama atenção dele. Para os externos, você vai falar do mundo exterior, como: “Essas pesquisas apontam que….” ou “A maioria das pessoas pensam…”. Já para os internos, o foco é o mundo interior deles, como: “O que você pensa sobre…” ou “Qual a sua avaliação sobre essas pesquisas?”.

  • Facilite o equilíbrio

Para os externos, o líder deve trazer à consciência as opiniões e sensações do seu colaborador. Faça perguntas que induzam uma referência interna, como: “O que você acha dos resultados dessas pesquisas?” ou “Qual a sua conclusão sobre este assunto?”

Por outro lado, para os internos, você deve utilizar as opiniões e sensações de outros ou que estejam de alguma forma no exterior do seu colaborador, você faz isso com perguntas que o jogam para uma referência externa como: “O que as pessoas do time pensam sobre essa pesquisa?” ou “Qual o impacto do seu trabalho sobre o resultado da equipe?”

Quero deixar claro que não se trata de estabelecer rótulos nem julgamentos, pois prejudicam a convivência em um nível profundo e podem destruir um time. Ou seja, nunca saia por aí dizendo para as pessoas que elas são internas, externas ou seja lá o que for. 

Somando para conquistar 

Embora você não tenha encontrado uma única solução para suas questões, você está indo em direção a que todos trabalhem somando esforços. Além disso, construindo ambiente para ter pessoas mais felizes e realizadas.

Também melhorando relacionamentos entre os membros e consequentemente um aprimorado gerenciamento de conflitos. Trabalhando para garantir objetivos bem definidos e claros para os membros da equipe e superiores. 

Em conclusão, quando as pessoas se sentem acolhidas, se tornam mais colaborativas e produtivas. Agora, você entende que determinados comportamentos não precisam ter como consequência a demissão. Você já sabe que são resultado do nível de dependência nos relacionamentos de cada pessoa. Sabe também como lidar com isso e o que fazer para resolver. E finalmente, sabe que podem ser otimizados com passos simples.

De fato, é um presente.  Aproveite ao máximo.

 

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