Clima Organizacional Através das Pessoas é o sexto da série de artigos Liberando Potenciais. Produzido por Fulvius Guelfi e dirigido por Gerson Sena, co-fundadores da CFG Soluções Corporativas. Como o título da série já indica, existem potenciais da nossa mente que estão latentes e que podem ser despertados. Liberar esses potenciais é o caminho para a conquista da autorrealização de pessoas mais felizes e equilibradas principalmente em ambientes profissionais.
O quarto artigo “Tomada de Decisão: Qual é a base?” Você sabe como o seu estilo pode influenciar na sua decisão e que consequências pode trazer para o seu trabalho?
O quinto artigo “Trabalho em Equipe e Nível de Dependência” O equilíbrio nos níveis de dependência nos relacionamentos podem ser a chave para o desenvolvimento de sua equipe de trabalho.
Você se depara com reações adversas das pessoas em seu ambiente de trabalho? Quem nunca, não é mesmo? Descubra o fator primordial para a criação e manutenção de um ambiente saudável, colaborativo e produtivo.
Cada ação tem sua função
Quando falamos de clima organizacional vem à nossa mente um conjunto de políticas e ações para desenvolverem melhores condições de trabalho. Portanto, tal esforço visa o desenvolvimento das pessoas e da empresa, na criação de um ambiente de trabalho saudável, com pessoas mais felizes.
Independente da sofisticação tecnológica, só conseguimos avanços e mais efetividade do clima organizacional se formos através das pessoas, como protagonistas nesta relação.
Clima Organizacional pode ser um problema
O clima depende de muitos fatores. Em última instância, depende de como os colaboradores se relacionam uns com os outros. Portanto, o comportamento das pessoas dentro da organização é que, no fim das contas, determina o clima. Ou seja, o comportamento das pessoas é a origem do clima.
A percepção do clima organizacional primeiro atinge as lideranças, trazendo grandes desafios. Um deles é lidar com os comportamentos adversos dos colaboradores. Um outro é a tentativa de manter um ambiente que seja colaborativo, produtivo e competitivo, ao mesmo tempo.
Talvez você tenha um clima no ambiente de trabalho altamente competitivo. Você chega no ambiente e a sensação é de uma competição agressiva, do tipo cada um por si, um monte de “estrelinhas”. Do tipo querendo mostrar serviço. No entanto, falta conexão entre as pessoas que lhes permitam trabalhar juntas, como um time.
Ou ainda, tenha um clima onde se parece viver com pessoas que para fazer qualquer coisa precisa calcular, ponderar, pensar e prever sobre tudo. Agem tão devagar que parecem estar em câmera lenta. Se você assistiu a animação da Disney Zootopia vai se lembrar da cena ao lado.
Pesquisa de Clima Organizacional: Ilusão ou Realidade?
Sabemos que existe um esforço, um investimento e um cuidado especial com a definição de políticas, sistemas, valores, crenças, pesquisas de clima e etc., por parte da empresa.
No entanto, o resultado do uso destas ferramentas ficam distantes do que se encontra no clima organizacional vivido pelos colaboradores. Então, o que se encontra nas pesquisas não reflete o que se percebe no ambiente. Existe uma distância entre o que os gestores pensam e o real clima que se instala dentro da organização.
O que se vê são pessoas agindo de forma acelerada, competindo uns com os outros, agindo sem tempo para refletir. Eles parecem não se conectar, parecem formar um grupo, um bando, mas nunca os chamaria de time.
Este tipo de comportamento não contribui para um clima saudável de colaboratividade, engajamento e assertividade.
Num outro extremo existem aquelas pessoas que atuam de forma mais lenta, tipo “roda presa”. Aquelas difíceis de tomar uma atitude. Sabe quando você manda um e-mail e a pessoa te deixa dias, às vezes semanas esperando a resposta.
Este é outro extremo do comportamento que não contribui para um clima dinâmico, que estimule produção.
Solução possível para o Clima Organizacional
Aí é onde você pode estar pensando que tudo está perdido e que a solução não é possível. Devo te dizer que é natural que sinta essas dificuldades. Então, tudo que precisa para desenvolver seus potenciais está aí, com você.
Você pode não ter aprendido a lidar com essa situação ainda. Ocorre que somos seres sociáveis e relacionais. E temos capacidade de aprender do início até o fim de nossas vidas.
Com base nisso, a série Liberando Potenciais é sobre a capacidade de liberar os potenciais que tornam as pessoas mais satisfeitas. E equilibradas em seu ambiente de trabalho. Porque em todos os casos os relacionamentos não são fonte dos problemas. E sim a comunicação estabelecida ali é que pode ser otimizada.
Existe um potencial comunicador em todas as pessoas. E você também pode treinar algumas habilidades que podem te tirar dessa situação. Através de um processo simples. Imagine só se tudo isso se resolver a partir de você? Despertando e liberando o seu potencial!
Imagine se fosse possível juntar o melhor dos dois mundos? Um saudável clima de colaboratividade e engajamento que seja dinâmico e estimule a produção. Você está pronto para isso?
O equilíbrio ao alcance: Ver, ouvir, pensar e depois agir
Como gestor de pessoas, o que você busca é a formação e o desenvolvimento dos indivíduos para que trabalhem juntos. Em um ambiente saudável construído a partir de respeito, entrosamento, cooperação, etc..
Sobretudo, alcançar este objetivo passa, inerentemente, pelo desenvolvimento do equilíbrio emocional das pessoas. E desta forma, produzindo um ganho pessoal ligado à satisfação, à motivação e também à autoconfiança.
Com base em tudo que vimos até aqui, já é um avanço. Então, é inegável que os ganhos coletivos e individuais vistos acima são resultado do comportamento das pessoas e suas interações. Portanto, trabalhar no comportamento é uma boa maneira de intervir no clima organizacional.
Na prática, o que fazer?
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Comece do começo
Neste ponto o principal é ver e ouvir o que realmente acontece. Uma forma de fazer este tipo de observação é se colocando no papel de um observador neutro. Ou seja, como se você estivesse de fora, observando a si mesmo.
Perceba o seu estilo de agir e marque ele por contexto. Em uma régua que vai de fazer considerações antes de agir, que vamos dar o nome de “reflexivo”; até agir ao mesmo tempo que pensa, que vamos dar o nome de “ativo”. Aprendendo a fazer isso com você mesmo você estará apto a perceber nas demais pessoas, seus estilos também.
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Agindo para mudar
Esse é o ponto crítico na sua forma de aprender. Então, você será desafiado a promover uma mudança. Embora com pouco conforto, busque equilibrar as suas ações entre o reflexivo e o ativo. Pare e pense em como o que você está fazendo vai influenciar ou interferir no seu ambiente e nas pessoas a sua volta.
Ao mesmo tempo, avalie seus resultados em comparação com os resultados das pessoas que você agora já consegue observar. Assim, vai ser fácil perceber que as pessoas que tendem para um dos extremos da régua, reflexivo ou ativo, em geral, tem resultados com mais esforço dos que aqueles que são naturalmente mais equilibrados.
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Facilitando às pessoas
Com muito cuidado para não se tornar avaliativo, peça a permissão das pessoas predominantemente ativas para que antes de agir façam uma reflexão sobre como sua reação está influenciando o ambiente e as pessoas. Para as pessoas predominantemente reflexivas convide-as para ação. Você pode perguntar para elas até quando vão se preparar e avaliar os riscos de agir para enfim, agir. O simples ato de informar ao cliente o que está sendo feito, pode mudar a percepção de inatividade, por exemplo.
Mostre para as pessoas as possibilidades e os benefícios de agir de forma mais equilibrada. Os ativos vão perceber principalmente que com mais equilíbrio os erros e retrabalho irão diminuir. Por outro lado, os mais reflexivos vão perceber um aumento de sua produtividade.
Acima de tudo, o que vai causar admiração é que uma gama de resultados vão surgir, simplesmente após promover pequenas mudanças no estilo de agir
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Aprendendo e aprimorando
Então, tenha em mente que você está testando, experimentando novas situações. Em alguns contextos, a atividade precisa mesmo ser maior. Em outros, a necessidade é de mais reflexão. Mas agora você pode medir e controlar a colaboratividade, o entrosamento, o dinamismo e o estímulo produtivo. Isso vai te proporcionar uma influência maior no clima organizacional.
Seguindo em frente
Existem muitos fatores que interferem no clima organizacional. No entanto, o ponto central e gerador do clima em um ambiente você já sabe que é o comportamento das pessoas. Porque o que você e qualquer um percebe e leva em consideração é o que você vê e ouve.
Portanto, você tem capacidade de perceber a importância de continuar a monitorar, aprimorar o seu próprio comportamento e também facilitar o aprendizado das pessoas sua volta.
No entanto, não se trata de observar o comportamento das pessoas e classificá-los como certo ou errado. Absolutamente, não é disso que falamos aqui. Inclusive, passar a valorizar momentos de reflexão antes de tomar uma atitude pode ser bem mais produtivo que manter-se ativado o tempo todo.
Não existe uma solução melhor que a flexibilidade e o equilíbrio. Portanto, quanto mais fácil e rápido as pessoas aprenderem e treinarem a ir de um lado a outro, mais satisfeitos, autoconfiantes e autorrealizados elas serão. Assim, isso irá contribuir para um ambiente saudável de colaboratividade e produtividade. Tudo isso em um nível que você vai gostar de experimentar.
Liberar potenciais é um presente seu para você. Aproveite ao máximo.