Liderança Colaborativa Sem Perder o Controle é o oitavo da série de artigos Liberando Potenciais. Produzido por Fulvius Guelfi e dirigido por Gerson Sena, co-fundadores da CFG Soluções Corporativas. Como o título da série já indica, existem potenciais da nossa mente que estão latentes e que podem ser despertados. Liberar esses potenciais é o caminho para a conquista da autorrealização de pessoas mais felizes e equilibradas principalmente em ambientes profissionais.
O sexto artigo “Clima Organizacional Através das Pessoas” fala sobre o fator primordial para a criação e manutenção de um ambiente saudável, colaborativo e produtivo.
O sétimo artigo “Desenvolvimento de Novos Produtos, MVP e as Pessoas” fala como o comportamento das pessoas é importante na utilização dessa estratégia para poder alcançar resultados com economia de recursos.
Ser um líder colaborativo é desafiador. Em ambientes de mudança, como você se comporta? Você é do estilo que controla ou do que se adapta? Para que a colaboratividade se manifeste é preciso criar espaços propícios e férteis para tanto. Vem comigo!
Liderança colaborativa: Uma necessidade desafiadora
Segundo um artigo da revista HBR
“Aqueles que subiram na vida enquanto usavam um estilo de “comando e controle” podem ter dificuldade em se ajustar às novas realidades. Por outro lado, os gerentes que tentam liderar por consenso podem ver rapidamente a tomada de decisões e a execução paralisadas. Criar o estilo de liderança certo não é fácil.” (tradução livre)
É fato que as novas gerações não têm uma boa resposta ao estilo de liderança de “comando e controle”. Ser líder é muito mais que planejar, organizar, comandar, conferir, etc.. Se adaptar a mudanças, que são comuns em ambientes corporativos, é um desafio. Que tal ter a colaboração mais ativa das pessoas que estão à sua volta? Vem comigo e descubra como usar isso a seu favor.
Liderança colaborativa e a necessidade do controle
Tem sido cada vez mais desafiador para os líderes que se destacaram nas estruturas de comando e controle, em se adaptar à nova colaboratividade exigida nas organizações. É consenso que a sobrevivência depende de uma melhor adaptabilidade aos processos de mudança.
A liderança demanda que estejamos no controle dos resultados que alcançamos. Portanto, a primeira atitude ao se notar um cenário de mudança é identificar e acompanhar as variáveis que estão mais sob nosso domínio.
Existem algumas mudanças com as quais sabemos nos adaptar bem. No entanto, em outras as coisas não saem tão bem. Alguns de nós atribuímos a organização, detalhamento, planejamento, etc…, o sucesso que temos como profissionais. Assim ficamos mais confortáveis com mudanças que podemos controlar e prever. Isso é natural, você não acha?
De repente, somos pegos de surpresa, alguma coisa que havíamos previsto e planejado sai do nosso controle. E aí parece que tudo está perdido.
O pavor de perder o controle
Nesse ponto nos sentimos sem chão. Até tentamos lidar com estes sentimentos buscando aspectos que ainda podemos controlar, ou nos conformando, como se aquilo que você queria não fosse mesmo feito para você.
A sensação é de estar perdendo. Por vezes, já começamos a sofrer por antecipação. Um exemplo é quando estamos em um projeto que depende de outras áreas, que podem não ser tão bem organizadas como a sua. Outro é se ver diante de um conflito na sua equipe que vem minando o desempenho dos outros membros do time.
Muitos são os exemplos. Às vezes, nos deparamos com o desafio de não conseguir ser sincero com medo de deteriorar o relacionamento e perder o controle da situação. Em outros casos, até os nossos objetivos e metas não parecem mais tão claros e assertivos como antes.
Tudo isso junto, é muita pressão, não é mesmo? Então você se depara com uma versão de você que é ávida por manter tudo sob controle. E só o fato de imaginar que não vai ter controle sobre o que vai acontecer, começa a te desestabilizar. E isso faz sua atenção e energia se voltarem para os mais diversos lugares, inclusive contra você mesmo.
O poder da auto liderança
Todos os seres humanos têm da capacidade de aprender, desaprender e reaprender. É algo natural e inerente à curiosidade humana. Através dessa característica é possível nos treinarmos a novos modos de fazer as coisas.
Com base nisso, a série Liberando Potenciais é sobre a capacidade de liberar os potenciais que tornam as pessoas mais satisfeitas e equilibradas em seu ambiente de trabalho. Em todos os casos o problema não é você, mas sim, o que você pensa e acredita sobre as coisas.
Nós desenvolvemos padrões de pensar, sentir, agir e falar, que podem realmente nos limitar sem percebermos. E a boa notícia é que podemos expandir esses limites. Ao fazermos isso nos tornamos profissionais mais flexíveis, de acordo com o contexto específico.
Existe um aprendiz em todas as pessoas. E você também pode treinar algumas habilidades que vão te tirar dessa situação, através de um processo simples. Imagina só se tudo isso se resolver a partir de recursos que você já possui, despertando e liberando o seu potencial?
Assumindo o controle para liderança colaborativa
A incessante busca por resultados nos leva a acreditar e criar a sensação de ter o controle, sobre coisas e até mesmo em algum nível sobre as pessoas. Portanto, nada mais natural que o líder queira controlar as atividades para que os resultados se alinhem ao que ele precisa apresentar.
Controlar sempre teve muito valor no meio empresarial. Crescemos acreditando que temos o controle sobre as coisas. Ocorre que, este é um jeito distorcido de trabalhar para realizar uma atividade com o objetivo de se apresentar os resultados esperados.
Eu quero te contar um segredo, “comandar e controlar” é só uma das muitas maneiras que existem de você estar a par do andamento de uma atividade.
Então, essa distorção é a razão pela qual muitas vezes criamos uma aura de controle. Sentimos esse controle. E o principal desse segredo é saber que essa sensação é nossa, porque está dentro de nós e somos responsáveis por como e quanto ela afeta a nossa vida.
Até que ponto você se permite ser iludido pela sensação de controle? Para você ela é tão real que se tornou verdade? Muitas vezes, apesar de parecer apropriado para a função, deixar-se levar pela sensação de controle gera expectativas que nem sempre são alcançadas.
Nessa hora é que você mais sente o limite que esta maneira de pensar pode trazer. Nessa hora, você sente a perda de controle e com isso passa a desperdiçar energia em recuperar a “ilusão de controle”. Assim, você coloca sua energia diretamente contra você e limita a colaboratividade que sua equipe pode oferecer.
Você já está preparado para deixar essa sensação de perda para trás e então ser o agente de mudança para ampliar a colaboratividade na sua equipe e organização? Então vamos lá!
1 Separando a coisas
Classifique as situações conforme as categorias:
- Existem coisas que dependem de você.
- Outras, não somente de você.
- E ainda existem coisas que acontecem sem você participar.
Uma forma de você fazer essa classificação é pensar que a sua responsabilidade está relacionada ao que você pensa, fala, sente e faz. Ao mesmo tempo, descubra que as demais pessoas também têm essa responsabilidade. Isso vai te ajudar a classificar cada situação.
2 Tomando pé
Fique atento, ativamente mantenha-se consciente do que você está fazendo e, acima de tudo, observe a forma, o estilo, a maneira pela qual você está agindo. Um jeito que você pode experimentar é registrar uma nota de 0 a 10 do quanto de controle você quer e quanto você tem sobre alguma situação específica, por exemplo.
3 Direcione sua atenção e energia
Agora que você sabe onde você realmente pode atuar de forma eficiente, direcione seu pensamento para essas coisas. Afinal, essas coisas dependem de você e é sobre elas que você irá responder. Isso será um desafio, mas você pode seguir em frente.
4 Deixe o que não é seu
Assim também, aproveite a sua habilidade de controlar para controlar quanto e como, de forma consciente, você vai deixar de lado as demais coisas que não são suas. Até que, de forma natural, você se acostume com essa nova sensação.
Então, importante aqui é deixar sob a responsabilidade dos outros o que não é sua responsabilidade. Porque no final é mais parecido com uma sensação de desapego. Isso será o mais desafiador e desconfortável. No entanto, a prática vai te fazer tornar isso cada vez mais fácil.
Após toda essa transformação em você, então está na hora de descobrir o quanto dessa nova maneira de agir é bom para você, para os que te rodeiam, e para o resultado que você quer alcançar.
Mensure e compare com o que você tinha antes. Assim, você vai ver melhorar o engajamento e os relacionamentos entre você e a sua equipe. O mais legal é que você vai mesmo perceber que agora está mais leve, colaborativo e principalmente que está aplicando seus esforços de forma inteligente e a seu favor.
Seguindo em frente com a liderança colaborativa
Como vimos, é você quem tem o poder da escolha do estilo de comportamento. Sempre foi e será assim daqui em diante.
Se o fato de ter o controle sobre as coisas ou pessoas em um ambiente de mudanças se trata de uma ilusão então, tudo que se pode perder é também uma ilusão. Não é possível perder aquilo que não se possui.
Portanto, aquela sensação de perder o controle não faz mais sentido algum. Melhor que isso, ela abriu espaço para que as pessoas colaborem e participem. Ou seja, para a liderança colaborativa.
De fato, é um presente. Aproveite ao máximo.