O POTENCIAL DE ASSUMIR RISCOS
Assumir Riscos: Qual é o seu potencial? é o décimo segundo da série de artigos Armadilhas da Mente. Produzido por Gilberto Chaves e dirigido por Gerson Sena, co-fundadores da CFG Soluções Corporativas. Como o título da série já indica, existem algumas armadilhas da nossa mente que dificultam determinadas habilidades na nossa vida pessoal e principalmente profissional.
Neste artigo, descubra como o nosso potencial de assumirmos riscos é reduzido por um dos principais padrões de pensamento que mina o senso pessoal de sermos e nos sentirmos ricos em recursos.
O condicionamento
Você conhece a antiga história do elefante de circo? Apesar de ser um animal de grande porte e de muita força, fica preso a uma pequena estaca cravada no chão. Isso porque foi acostumado assim desde que nasceu. Amarrado a uma árvore puxou, forçou, tentou, daqui, dali e não conseguiu. Mesmo depois de crescido e já adulto, ele acredita que não pode se soltar.
O mundo das regras
Vivemos em um mundo cheio de regras de convivência, códigos de conduta, códigos de vestimenta… São tantas normas que nos condicionamos a seguir que muitas vezes nem notamos que as seguimos, já estão incorporadas.
Você pode estar tão acostumado com o seu grupo de amigos que nem tenha se dado conta que construíram um código de relacionamento, com valores e permissões comuns no grupo. E na medida em que alguém rompe estas regras, de alguma forma, é convidado a rever esses conceitos.
No ambiente organizacional também é assim. Portanto, através do clima e cultura da empresa, muitas regras existem sem sequer serem mencionadas. Assim, simplesmente são seguidas pelas pessoas e pronto. É aquela coisa “Por aqui as coisas funcionam assim”.
Minando o potencial de assumir riscos
Então, é como se por traz das nossas mentes existe um código que nos ajuda a checar automaticamente nossas ações para saber se estão de acordo ou não com o momento, ambiente ou pessoas. Regras daquilo que é usual ou não, daquilo que pode ou não pode, se está adequado ou não.
Portanto, quando você vai falar com seu superior, tenha em mente o que pode ou não pode, fazer, opinar, compartilhar, etc. Da mesma forma, ao lidar com sua equipe, também tem em mente outras tantas considerações a fazer.
Ocorre que algumas dessas regras são inteiramente conscientes e outras nem tanto. Por exemplo, em um país de grandes abismos sociais, não é incomum encontrarmos pessoas que cresceram ouvindo afirmações de amigos e familiares como “pobre não tem vez”, “negro não pode assumir cargo de liderança, se for mulher então, aí danou-se”, “ganhar dinheiro é mal visto pelas pessoas” ou até mesmo “ser patrão é ser do lado das pessoas do mal, dos que exploram os outros”. Assim, essas são regras ou conceitos que podem estar guardadinhos lá no fundo da mente, já há muito tempo.
E aqui está uma das armadilhas da nossa mente: Impor limites semânticos a si mesmo e a outros usando as palavras “não pode” que pressupõe que existe alguma lei ou regra que nos restringe de fazer algo. Isso mina o senso pessoal de sermos e nos sentirmos ricos em recursos. Traz insegurança sobre a nossa capacidade de resolver as coisas por nós mesmos ou através das pessoas. Diminui a nossa capacidade de assumirmos riscos.
Há solução para o potencial de assumir riscos
Felizmente, existe uma maneira de superar os efeitos do “não pode”. Aqui está um segredo. Você deve ter foco e energia apenas nas coisas que estão sob o seu poder, sob o seu controle. Posso apostar que certamente está sob o seu poder e controle decidir o que vai fazer diante das regras que, de alguma forma, limitam o seu potencial de assumir riscos, não está?
Liberando o potencial de assumir riscos
Aqui estão três maneiras de superar os efeitos do “não pode”.
Primeiro
─ Teste o “Não pode”. É um “Não pode” físico ou psicológico? Talvez a limitação seja pela sua condição física real ou até mesmo geográfica. Pode ser uma limitação psicológica e assim, você não tenha como lidar com isso sozinho, sem ajuda profissional. Portanto, se não for nenhum desses casos e você for um adulto perfeitamente saudável para superar limitações, então isso te deixa pronto para o passo seguinte.
Segundo
─ Pergunte: O que te impede? Qual é a regra que diz que “não pode”? Esta regra é real ou você está se comportando como um elefante de circo? O que está faltando para você arrebentar essas amarras e mostrar todo o seu potencial e força?
Terceiro
─ Responda para si a pergunta: “Você tem permissão?” Nada vai acontecer se você não se der permissão para seguir em frente. Permissão para usar os recursos que tem e se livrar das limitações de poder. E, então, assumir riscos porque sabe que pode.
Portanto, agora que o “não pode” deixou de ser um tabu e novas possibilidades se abriram para você, com que isso lhe parece ou soa?
Como seria libertador se o elefante soubesse disso!
Seu desafio está sob seu poder
Em conclusão, dada a compreensão que você adquiriu sobre as limitações provocadas pelo “não pode”, o que você pode fazer para moldar seu futuro de uma forma melhor? Ou seja, o que está realmente sob o seu poder e controle mudar? Da mesma forma, cuide para que sua equipe tenha um ambiente seguro e que, gradualmente, permita-lhes assumir o controle sobre suas vidas. Assim, aprenderão a ser independentes, responsáveis e a ter autonomia para assumir riscos.
Pense nisso, entre em ação e aproveite ao máximo!