CRIANDO SENSO DE ESCOLHA
Escolha: como criar senso é o décimo da série de artigos Armadilhas da Mente, produzido por Gilberto Chaves e dirigido por Gerson Sena, co-fundadores da CFG Soluções Corporativas. Como o título da série já indica, existem algumas armadilhas da nossa mente que dificultam determinadas habilidades na nossa vida pessoal e principalmente profissional.
Neste artigo, descubra um dos principais padrões de pensamento que te impede de ter opções de escolha. Veja como evitá-lo e, ao mesmo tempo, criar senso de escolha em suas ações.
Sobre a escolha
Então, quando foi a última vez que você fez algo porque tinha que fazer, mesmo sem vontade ou disposição porque não tinha escolha?
Quando o poder de escolha desaparece
As obrigações do dia a dia nos levam a ter que fazer coisas que, muitas vezes, não estamos com a menor vontade ou disposição física. Mesmo assim, precisamos fazer porque não temos alternativas. É aquela coisa “Só posso contar comigo mesmo”. Assim, tarefas como, por exemplo, entregar relatório diários, reuniões de produção, follow up com equipe de projetos, entre outras são coisas que você diz para si mesmo que “tem que fazer”.
Como a escolha faz falta
Você pode se perguntar por que tudo isso é tão ruim? Uma vez que é algo natural, porque a vida é assim mesmo e nem tudo são flores! Aqui está uma das armadilhas da nossa mente. Acatar, obedecer ao “ter que” como se fosse uma ditadura, tendo que obedecer alguma regra implícita que não está sendo desafiada. E carregar todo esse pesar da imposição e obrigatoriedade para a ação.
Ocorre que esse padrão de pensamento pode nos levar a limitações de escolha. Porque prende a pessoa a um sentido de dever temerário. “Tenho que chegar no horário”. “Preciso atender aos pedidos dos acionistas”. “Tenho que dar o exemplo para a minha equipe”. Parece inofensivo e soa até responsável. Por outro lado, não se trata apenas da forma como é dito, mas do sentimento de obrigatoriedade se sobrepor ao prazer. Portanto, leva a um padrão de pensamento de pressionar a si mesmo e aos outros a seguir as regras, sem opções de escolha.
O resgate das escolhas
Felizmente, existe uma maneira de superar esse padrão de pensamento através da Neurossemântica. Aqui está um segredo: Nossas necessidades são apoiadas naquilo que acreditamos sobre nossos estados emocionais, sobre nós mesmos, o tempo, os outros, o poder, o mundo, os significados que damos às coisas e nossa intenção.
O que fazer para recuperá-las
Saiba que não precisa ser assim, não “tem que” ser assim. Você pode levar uma vida mais leve e com opções de escolha no seu trabalho, com sua equipe ou com os acionistas.
Você pode escolher continuar convivendo com a ditadura do “ter que” ou preferir uma solução para um padrão de pensamento mais produtivo e saudável.
Vamos começar criando e expandindo pensamentos de escolha.
Primeiro
─ Identifique pensamentos inflexíveis que determinam como deveria ser o seu comportamento e o de outras pessoas. Geralmente, ele vem acompanhado de afirmações como: “tenho que”, “preciso” e “devo”.
Vamos supor, como exemplo, que eu tenha a seguinte opinião: Acho que meu superior aqui na empresa terá grandes dificuldades em vencer os desafios de nossa área. Porque como gestor, ele deveria ter alguma formação em administração. Observe que, a partir desse pensamento, estarei propenso a críticas e questionamentos sobre as decisões do meu superior porque estou preso a uma regra.
Aqui está um outro segredo: Nós somos mais do que nossos pensamentos. Portanto, somos capazes de assumir uma posição de observador dos nossos próprios pensamentos.
Segundo
─ Pergunte: Por que tenho que? Quem disse isso? Qual é a regra que estou seguindo? Qual é a real demanda disso? Que normas estão por trás dessa necessidade de ter que? Essas regras e normas são de uso geral ou se aplicam de fato nessa necessidade?
Indo para o exemplo que eu trouxe – se trata de um entendimento meu de que é necessário formação em administração para qualquer pessoa que queira trabalhar como gestor. Então, até que ponto essa minha regra é verdadeira? Será que alguém poderia fazer um bom trabalho mesmo sem formação em administração?
Desta forma, o questionamento tem a função de quebrar o medo e, assim, revelar as regras impostas por trás do pensamento impositivo.
Terceiro
─ E por último, troque o “tenho que”, por “quero”, “prefiro” ou “escolho”. Porque essas, conectam o sentimento de ter alternativas desconsideradas pelo medo de não seguir as regras.
No nosso exemplo poderia ficar assim: O meu superior, mesmo sem formação em administração, escolheu assumir o desafio na nossa área. Observe que, a partir deste pensamento, estará propenso a contribuir para que ele tenha chances maiores de sucesso.
Ou seja, a substituição das palavras tem a função de trazer as opções de escolha e manter as vontades e desejos saudáveis.
Seu desafio é uma escolha
Portanto, agora você sabe identificar o padrão que restringe opções. Além disso, agora você sabe como sair de demandas absolutistas, com tom de imposição a qualquer ação. Assim, agora você sabe também como exercitar seu pensamento e criar senso de escolha nas suas ações e das pessoas que lidera, com responsabilidade porque sabe o que está fazendo. Sabe também que, por tudo isso, seu último desafio é a escolha de poder ter opções de escolha.
Pense nisso, entre em ação e aproveite ao máximo!
Obrigado e seja bem vindo Ainslie.
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